Criatura desalmada sou eu, infortúnio de ações infundadas, mostarda e mel. Ao mesmo tempo que possui o peso de uma pluma desmorona como rochosas montanhas, amargo, azedo, espinho, lottus, mar, lagoa, luz, escuridão, assim caminho com milenares perguntas sem respostas, assim existo no escuro sem interruptor, assim desfruto de fugazes andares corrompidos por fracassos, assim sou quimera, assim sou balança, assim sou desequilíbrio. Fortifico-me em singelos devaneios do que serei, mal posso calcular um milimetro de andança, mal posso amarrar meus próprios cadarços, mal posso olhar ao lado, mal posso caminhar pelo mau, mal posso ser sempre operante em benevolência, mal posso rascunhar o que não quero ser. Palavras corruptas, formicas de flagelação, explosões intempestivas, arbitrariedade de desejo, catastrófica ventania em maléfico ser.
Criatura que se fortifica e se enfraquece com a distancia do que foi, o sentido que busca é totalmente sem embasamento, conhecimento chulo de superfulos coagulantes sentimentos, me pergunto se quando dilacero-me consigo ao menos encontrar meus cacos, meus flagelos e fibra. Culhões podres de errantes tentativas, posso viver, posso, posso, posso, posso, não não posso! Talvez poderia mas, cheque mate, chegou ao fim. Nem que seja o fim dessa etapa, mas chegou, só queria fechar os olhos e recobrar o que era, não consigo sozinha, o relógio vai contra mim, não consigo acertar o alvo, não consigo me permitir viver sem ventanias, não consigo lembrar de ti.