sexta-feira, 29 de junho de 2012

Em fase de Alfabetização


De certo que os grandes dramaturgos e contadores de história, dizem que uma narração, ou uma história deve-se ter começo, meio e fim. Bom como domino puerilmente a dramaturgia posso modificar a ordem cronológica da historia, ou ao menos deixar que meus dedos se apropriem das palavras e enredos de meu racional cérebro.Começarei então do fim...
O Fim seria o ponto final, mas quando se trata de um subterfúgio chamado "amor" pode ser o começo, sim o começo de um novo "amor", o fim do antigo "amor", o começo de uma grande dor, o fim de uma grande dor, a grande saudade do começo e a odiosa saudade do fim.  "Eu quero amar, amar perdidamente, amar só por amar."(Florbela Espanca) 
Ai está o fim de uma história, por querer amar, amar perdidamente, quando se ama não se perde, se encontra, se ama por querer partilhar a imensidão do céu, por querer ser chuva em dia de sol, por querer ser sol em dia chuva, por querer ser estrela que vive-se bilhões de anos, porque há um objetivo, a troca, a recíproca, o intenso, o singelo e o fugaz. "Amar perdidamente", não se perca de mim, se encontre em mim, me ame e se ame cada vez mais por me amar.

-Você sempre esteve ali, como uma flor com espinhos, mais uma flor que possuía uma inebriável beleza, parecia inacessível, intocável, mas consegui colhe-la, consegui cuida-la, consegui deixar de ser apenas planta daninha e passei a ser Girassol, com você ao meu lado poderia ser como me via, sem me envergonhar do que já fui... 

Não, essa não vai ser uma história de amor comum como qualquer outra, que se ama e depois se perde pra outro momento, causa, consequência, enfim, pessoa. Essa vai ser a história de "amor".Ainda não sei  como começar ao certo, apesar de possuir bastante desamor.Talvez eu ainda não consiga contar uma historia de amor por não ter vivido, não sei, mas quem sabe, os livros, os filmes, os grandes dramas me impulsione a amar...

-Você, a flor, que narrei acima, vivia em um jardim e eu a colhi, depois de tempos ao seu lado, percebi que você murchava, que você foi perdendo sua cor, seu brilho, sua vivacidade. Com o egoísta "amor" que sentia, não percebi que quando se colhe uma flor, de um jardim, ela irá morrer. E foi o que aconteceu, você "morreu".
Se transpormos esse trecho pra vida que vivemos, acredito que não há no mundo alguém que já não tenha cometido esse erro, não podemos desenraizar ninguém e se temos esse poder acabamos por ferir o amor próprio, de quem "amamos". 

Isso parece mais um artigo acadêmico, mas é através dos artigos acadêmicos que os universitários se baseiam e se formam, são pesquisas, não que eu ache que isso acrescenta a alguém, mas me sinto assim um universitário na questão de amar, sim, em seus primeiros anos, nem os estágios que fiz me embasaram completamente, quem sabe quando eu me graduar eu posso lhes contar uma história de "amor", enquanto não posso continuo estagiando sem orientador.



terça-feira, 5 de junho de 2012

Vai...

Portas cerradas, brutalmente atracada ao batente, maçaneta em estado precário, fechadura tapada com solda, forte, não quero ser o dono da verdade, não quero dizer que esta seja a maneira de consertar as coisas, mas não quero roubar as badaladas de tempo que ainda me restam, talvez essa seja a forma de me resguardar de omissões do que já fui, ou do que quiseram que eu fosse, ou quem sabe ainda do que me tornei.

Os temporais efêmeros que ocorrem aqui em minha insignificância, são meus, eu não deixarei ninguém usurpar, posso me reservar no direito de questionar a vida, ou de não me sentir satisfeito com ela. Eu não sei nada de mim, não sei nada de coisa alguma, mesmo assim insisto em disseminar minha opinião, posso me sentar e observar os riachos se transformarem em correntezas e me descobrir sem luz, na escuridão. O vazio que ocorre aqui dentro é tão cheio, que pesa, se transforma em toneladas de anseios e vômitos. Uma ânsia tão grande, que o estomago desdobra e se transforma em dobres de agonia, como se tivesse mais coisas a serem expelidas. Sinto que o céu se abre na escuridão da tempestade, que o vento se enfurece, que a alma gela,  que as paredes rangem e que a verdade desaparece como a brisa leve da primavera, as estações mudam com uma voracidade que não há percepção de folhas secas ou gelados ares. 


Me encolho e um canto e me permito perder entre horas, minutos, medos, distancia e falsas verdades. Eu quero cair no abismo e não quero que seja obstruída por nada, eu quero voar, não tenho mais tempo para esperar, pois na verdade a porta sempre esteve aberta, saí...A porta não existe, quero voar de volta pra mim.