quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Again

Emaranhado de mãos, mãos tremulas que querem lhe tocar com intensa voracidade. Pegar-te, deitar-te sob o céu e amar-te como jamais fizera. Sonho, verdade ou utopia. Em pensamento lhe possuo, sinto seu cheiro, você caminha por entre o campo como se fosse um filme, sorri por entre os alecrins e me olha, com esses olhos de ressaca. Meus olhos alcançam os teus, nos envolvemos em um longo beijo molhado, minhas mão escorregam por suas costas, lhe inclinando a escorregar pelo meu corpo, lhe deito em meio ao cheiros e gostos. Escorre por mim demasia intensidade, nossos olhos não cansam de se olhar, entrelaço meus dedos com os teus, apertando as pontas em euforia, aguçando o tato, minhas mãos percorrem suas curvas acentuadas, seus cabelos negros escorregam por sua pele lhe causando arrepios e frenesi. Nossos corpos vão se aproximando cada vez mais, as pernas se entre laçam e somos envolvimentos pelo toque dos alecrins... Em tamanha excitação nos tornamos um só e agora você não sairá mais de mim...É, tudo que necessito agora é de um banho gelado.


Hoje, 28 de Setembro de 2011, quinta-feira, às 21h.

Estação de Trem, sentada a um banco de costas para os trilhos, não favorecendo os pensamentos suicidas.O Relógio marca 15h e 32m, observo o andar apressado das pessoas, a vagareza de outros, as risadas de alguns, as faces amarradas de milhares.
O trem para, as pessoas desembarcam, outros embarcam e o trem continua. Em alguns momentos tenho a leve impressão de que a penumbra de minha mente me estagna naquele assento, os relógios e os trens podem caminhar e passar da forma intermitente que desejarem, não irei me mover.
Acho tão belo que as formigas consigam viver em colonias, porque nós não consigamos? Talvez se o ser humano não tivesse senso crítico e personalidade seria mais fácil, de que importa esse assunto que inicio, minhas palavras estão tão confusa quanto a minha mente.São tantos devaneios, como é possível um ser humano ser tão concreto e tão utópico como esse?Não tem como descrever tamanha podridão de muralhas, de preconceitos, de medos, de amarras que o tempo me proporcionou. 16h é o que marca o imenso relógio da estação. Pra fora da estação vejo uma outra multidão, mutilada pelo tempo. O Tempo é o Sr. de tudo uma balela, o tempo é a coisa mais ingrata que um ser humano pode ter, com o tempo você cresce, amadurece, modifica, envelhece, que graça tem ver as coisas passarem, passarem e passarem por você. Qual o sentido da vida se o tempo te dá e ele mesmo te toma.Qual a gratificação que temos nisso, você perdeu por que perder faz parte, não é? O tempo muda tudo, dá tempo ao tempo.Quando criança o tempo parece ser tão bom, nos permite mais horas, pois aquilo não conhecemos, então parece que aproveitamos ou  relaxamos, você nasce com alguém lhe trocando as fraldas e pode morrer com alguém lhe trocando as fraldas. Sabe o por que de tudo isso, O BELO E BOM TEMPO.
Com tanta balela e literatura pobre, nem percebi que estava a beira dos trilhos.
Hoje, 28 de Setembro de 2011, quinta-feira, às 21h.