quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Assalto

Na noite passada ocorreu um furacão aqui dentro, uma ventania violenta que movia todas coisas de lugar, batia em minha face folhas, pedras, areia, com tamanha velocidade que fazia com que não pudesse capturar cada pensamento. Um redemoinho imenso de falsas mudanças, uma brisa corrupta que levava de mim o que ainda possuía de pureza, tomava-se de mim, olhava ao redor e percebia o poder da natureza.
Aqui dentro ficou apenas um ar cheio de coisa alguma, um ar de notória insatisfação, rodava por dentre a minha cabeça, por dentro de meu corpo, um ar brisado de vazio,roubou de mim, sim me roubou tudo que ainda possuía. 
Ja havia notado que esse vazio era normal, já havia notado que não possuía muita coisa, mas levar tudo, como pode fazer isso com minha identidade, personalidade, me sinto desfigurada, não reconheço mais a mim. 
As arvores gemiam em desespero, gritavam para que aquele voraz vendaval se fosse, era inútil ele rasgava e dilacerava tudo que encontrava pelo caminho, inclusive eu.Me roubou fui lesada, me furtou. Levou de mim a falsa verdade de uma insignificante criatura, vou fazer boletim de ocorrência.