segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Roteiro

Ele correu como se não pudesse parar, examinou cada centímetro do local, rasgou parte de seu punho absorveu o sangue que escorria, recostou a cabeça na parede e chorou. Alimentava-se mais e mais de si, sofria em demasia pois perderá a dignidade de vida, comia a carne e rasgava o feto de ser. De cabeça recostada sentia o sangue escorregar por entre os dedos, pingava como torneira mal fechada, ou bica de água cristalina. Já agonizante, recobrou o sol em sua face em momento utópico, os pássaros, as festas, o beijo, o gosto, o desejo, a futura velha vida.
Mal podendo se equilibrar tentou caminhar um bocado por aquele muro imenso de pessoas, sim o caos estava estabelecido só restará um ser com pulsação em meio ao caos, arrastou-se ate a terra com as próprias mãos cavou, cavou, cavou fizera um buraco de um palmo, sem mais litúrgicas filosoficas, deitou-se e começou a cobrir-se com o manto da natureza, cobria pois sentia frio em sua alma. Mais um pouco, mais um pouco e em mortalha sepultura escreveu: "Aqui jás os fardos de minha vida utópica."