Muitas luzes acima de mim, um clarão uma voz de fundo me dizia algo, entrei em outra sala toda branca, toda estranha, me sentei atrás de mim havia um relógio, que batia compulsivamente os segundos, eu podia sentir o caminhar dos ponteiros dentro de mim.
Sentia-me observada, ao lado direito uma estante, cheia de livros, compridos, finos, vermelho, azuis, enciclopédias, uma revista chamada ciência me chamou a atenção. Ela destoava do local, era colorida, tinha cores azuis e vermelhas. Na capa estava escrito HUMANIDADE.
Passei a observar cada centímetro daquela sala absurdamente clara, branca, apática...
Ao fundo uma mesa, também branca, com alguns papéis sobre, uma caneta dourada de um brilho intenso, parada, inerte, um tapete brando, peludo, parecia ser macio.
Ao lado uma luminária com uma lâmpada absurdamente clara, mal conseguia observar os contornos do abajur.
Um vaso, grande, com uma planta de plástico, parecia uma palmeira.
A porta se abriu entrou uma moça de branco, se encaminhou até a mesa, deixou alguns papéis e saiu. Bateu fortemente a porta. A persiana atrás de mim balançou, tudo naquele lugar parecia-me que a qualquer momento podia falar se mover, não sei.
A sensação era de fuga, queria sumir dali, buscará violentamente me concentrar não olhar em sua íris, sapato marrom, com cadarço marrom, não se movia, nem esboçara reação de dedos espremidos de tensão, onde o peito do pé é projetado para cima e faz com que o sapato se mova como a fricção dos pés. Nada, nada, um silencio enlouquecedor. Mórbido.
O relógio continuará caminhando, as minhas mãos suavam friamente,meus pés saltitavam, tentava entender aquilo como algo que não estava acontecendo.
Ao fundo fui surpreendida por uma voz grave, que me disse:
A sessão acabou, continuamos amanhã.