quinta-feira, 28 de abril de 2011

Procenio



Frio na barriga, sensação de perda, vontade de gritar e silenciar aflitamente. Mãos suadas, voz tremula, sopro de vida, mente vazia, suavidade dos olhos e o som de sua voz cada vez mais distante.
Ao longe um fio de luz, claridade excessiva que me incomoda, me ludibria, me encanta. Iluminado meus passos e os teus.
Conhaque para aquecer a alma, véu de seda, joelhos prostrados, intenso fervor, olhar levemente cerrados, mãos unidas.
Fronha com sangue, lençóis vermelhos de raiva e um leve sussurrar de prece.
Abajur, luz amarelada, cheiro úmido enferrujado, assoalho de madeira, som macabro e medo.
Choro alto e contínuo, respiração acelerada, prece, respiro, suspiro, prece, prece, prece, cansaço, fadiga, suor, sangue.
Caminhar cansado, frio, pés que tocam o chão em mórbido caminhar. Furacão inebriado de rancor, ódio, raiva, perda, desamor.
Pausa dramática, suspiro profundo, olhar distante, febre interna, distancia, solidão, quarto vazio, olhar suspenso à frente, leve torcer de face e saída de cena.


2 comentários:

Hannaell Mendes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hannaell Mendes disse...

Uauuu!!! Uma tremenda falta de ar... E petálas de rosas brancas caindo do céu, sub o sereno suave da madrugada, iluminada pela lua que ainda não foi dormir misturada com suaves raios do sol se epreguiçando para acordar.