Descendo as escadarias, luz vermelha de contra, scarpan, fogo a frente se alastrando, cruzo a cortina de fumaça, continuo a descer os degraus, a longitude da eternidade, anjos em coro descrevem a descrença de um pobre mortal que caminha em derradeira descida por entre os degraus do fim. Um grito longo frio e prolongado, recobra a vivacidade do ser, regride mais degraus, de contra uma chama avermelhada se alastrando.
De fronte aos anjos em sinfonia, torna a ter de contra uma luz avermelhada, degraus por degraus, atravessa a chama e se vê queimar em penumbra avermelhada de calor. A trilha sonora de sua vida toca com furor e em coro os anjos profanam contra tamanha devassidade de ar.
Degraus, muitos degraus, finalizando uma simplória passagem de tempo, de redenção. Se prostra de frente a si, implorando ao menos aflição e em inercia os degraus continuam sendo contados, a luz já não pode mais ilumina-los somente a chama, somente o fogo que outrora morrera dentro do oco.
Pirofagias a parte, negro como o céu ele caminha em sua direção, que ainda sim não hesita, nem esboça reação apenas continua sua jornada, como se houvesse marcado tal encontro. Se apossa de seus longos e negros cabelos, invade seu amago, se masturba em nojo, domina sua mente e te rende em meio as chamas, as luzes, os anjos, nos degraus. Sussurra em seu ouvido uma fúnebre mensagem, os anjos se calam em tamanha intriga, e escutam a mensagem, redenção, apenas o sentimento de furor no momento exato de perda.
Em coro, malditos seres sem sexo, cantam, cantam. Ele se recolhe, volta pras chamas em furor. Os degraus se findam, olha para trás e o deus de guerra interna finda sua encenação. Volta a ser mortal. Novo sussurrar dos anjos, ultimo suspiro e separação.
Os aplausos e fim da narrativa.