O som de uma máquina de escrever, longas cartas, muito papel no chão, muita tinta desperdiçada com tamanha desolação cardíaca.
Se sentir só e escrever e não estar só. Mas se ao menos eu pudesse descrever as críticas de nós, porque eu quero tanto passar um longo tempo sem escrever?
O ambiente vermelho que se forma em minha mente, me remete as fogueiras de nós, as formas desformicas de amar o intenso fogo de dentro.
Cabaré, 1880. A luz vermelha daquele ambiente me tornou cego para as outras coisas do mundo, me sentei, ascendi um cigarro e esperei pela minha dama.
Fui interpelado por um clarão, uma beleza natural, lábios grandes, olhos profundos e mãos suaves. Sentou-se ao meu lado, tomou meu cigarro e deu um longo trago.
Ficou horas me olhando e eu estatelado. Suas mãos se encaminharam em direção ao meu rosto. Parecia uma pedra preciosa, tanta luz.
Fiquei cego só conseguia enxerga-lá. Ela sorria com uma naturalidade o vermelho de seu vestido me tornava em volto a um singelo decote.
Não tirava os olhos, às vezes disfarçava, mas me inebriava.
Ofereci-lhe um anel. Ela sorriu, aceitando o agrado. À noite se estendendo e chegou à despedida. Abaixou-se em cumprimento, estendeu suas delicadas mãos e a beijei.
Não conseguia dormir, rodava de um lado pro outro e uma senhora de fino porte me procurava em meus sonhos. Como é perfeito.
Espera a noite ansiosa, em meus minutos só lembrava tal luz.
Cheguei me sentei no mesmo local, ascendi novamente um cigarro, ela, me interpelou da mesma forma. Perfeita, a noite se estendia como se fosse um relâmpago. Almejava estar a cada instante ao lado dela.
Sentei-me na janela, ascendi um cigarro, olhei em direção ao respeitado estabelecimento e gritei!
Sentei numa velha mesa, junto a uma máquina de escrever e comecei. A cada batida nas teclas meu coração parecia explodir em meu peito.
Ao som de um tango violento, meu coração dançava ao lado de um coração comprometido com talvez a França toda.
Mas, necessitava narrar o que sentia por ela, talvez desse todas as joalherias para conquistar o seu amor, talvez a amaria até pedir pra eu parar, talvez só olhasse ela, talvez esmeraldas, diamantes, vestidos e amor.
Só pensava em ama - lá. Não sabia o que fazer ao certo, me encheu de coragem e voltei.
Nessa noite seria diferente.
Eu cheguei a esperei em pé, não ascendi cigarros, não bebi... Meu coração parecia um tango vermelho.
Esperei por horas e nada dela. Comecei a caminhar pelo salão atrás dela, andei por todo lado, pensava será sonho?
Caminhará sem sentir minhas pernas e sem contar os passos. Meu coração tocava o sustenido de um violino, rápido com o arco em ermo, forte e feroz.
Sentia vontade de gritar, olhava nos rostos das putas e não ha achava. Onde teria se metido.
Ouvi um choro ao longe. Saltei em direção ao som e lá estava ela, deitada em um lençol de seda branco.
Contorcia-se com um verme, continuará linda. Aproximei-me até ela, segurei em suas mãos, ela usará o anel que dei. Coloquei um colar de diamante em seu pescoço com muita dificuldade, em estacatto meu coração batia, podia sentir o arco em minhas cordas, raspando no fundo de meu breu.
Contorcia-se com um verme, continuará linda. Aproximei-me até ela, segurei em suas mãos, ela usará o anel que dei. Coloquei um colar de diamante em seu pescoço com muita dificuldade, em estacatto meu coração batia, podia sentir o arco em minhas cordas, raspando no fundo de meu breu.
Ela se moveu, se levantou um pouco, mexeu os lábios, parecia querer dizer algo. Esperei, ela suspirou fundo e o corpo se soltou como uma pluma eu meus braços, fechou os olhos e adormeceu deixando minhas mãos vermelhas.
Ao fundo um lá maior.
Ao fundo um lá maior.
Um comentário:
Bárbara , parabéns! adorei
Mara Liz Cunha www.maralizcunha.blogspot.com
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