De fronte ao livro sagrado, de joelhos em grão, prostrados, descrença da chama, em nome "dele". Lençóis acinzentados, colchão de espuma fria, cabine de grade, passava horas na mesma posição, horas de murmúreos, tocos de parafina por toda a grade, suor, batina e sangue.
Os joelhos nos grão, parafina em ardência escorrendo por sua pele branca entre os pelos do peito, colarinho ao chão, simbolismo e ritualismo de subversiva glória. Apanha o coro curtido em sol, aponta-o a cima de sua cabeça, estrila os ganchos pontiagudos, em voraz movimento e canto se surra.
A carne se esfarrapa por entre o couro de sua voz, água benta escorre por seu corpo, mas um golpe, mutila-se como carne de segunda, a chama balança no pulsar de Gregório " Ó Pai, amai-vos e respeitai-vos, ensinai-vos que não a canto sem dor, nem glória sem ardor."
Em sua carne a marca do sagrado, mutila-se e arranca a carne do pecado em golpes de fanatismo. Descansa sobre a tina e cura suas feridas com seu próprio sangue, levanta-se com dificuldade e atira-se na tina de fé em nome "dele".
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