quinta-feira, 16 de setembro de 2010

All Star

Primeiro dia de aula, caderno na mão e uma caneta por entre os dentes.
Ajeitei os cabelos e caminhei em direção a minha sala.
Sentei-me, olhava pela janela, sala vazia, chegará cedo. No batente da porta vários palavrões, gírias e despudores. As carteiras todas pixadas.
Jeans desbotado, cabelo bagunçado, camisa branca, braços fortes, all star.
Senti um leve frio na barriga, ao fundo as canções de movimentos infantilizados de juventude.
Mochila no chão apanhou uma folha de caderno, destacou-a e me mostrou.
Na folha estava escrito aula de biologia é um saco. Sorri.
Não conseguia deixar de te olhar, disfarçava.
Bateu o sinal. Desci as escadas.
Muita gente, muitos gritos e seu cheiro.
Encostei-me ao corrimão e te dei passagem, me olhou, pegou em minha mão e saiu me arrastando.
Levou-me pra uma sala cheia de mesas e carteiras quebradas, me olhou, encostou-me contra a parede, tocou em meus seios, beijou minha boca, me apertava contra os seios.
Mordeu meus lábios, escorregou por entre minhas pernas e sentia.
Me pós de costas ergueu minha blusa e beijou minhas costas, olhava pra baixo, com a cabeça encostada na parede podia sentir o sentido biológico de viver.
Respirávamos fundo, só conseguia ver o seu all star vermelho.
Chegamos ao fim, totalmente sem cadarços.