quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Rua Augusta

Andava pelas ruas, sentia a brisa da noite.
Sentia a brisa a me embalar, noite iluminada pelos faróis, muito movimento.
Salto alto, pele negra, olhos negros, meia calça, saia curta, lábios vermelhos, cabelos negros, decote.
Parei. Olhava de longe, o caminhar.
Sentei-me no parapeito e fiquei a observar, um carro, debruçou, empinou os glúteos, gritou.
Passava a mão por entre os fios de cabelo.
Meia decorada, com o vermelho da paixão.Vento frio e pouca roupa.
Mais um carro, nem parou.
Ascendeu um cigarro e tragou algo líquido. Lambeu os lábios e mordeu a língua.
Em tormento observava, sentia algo endurecer por debaixo da minha calça.
Cabelo cacheado de fios fortes. Pendurou-se no parapeito da ponte, subiu delicadamente a brutal liga. Ajeitou os sapatos e baixou mais a blusa, pulsação saliente cada vez mais rápido.
Farol alto, de luxo, tração nas quatro rodas, vidro elétrico, som alto.
Partiu e me deixou de membros imponentes.



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