sábado, 2 de abril de 2011

Cataléptico

Os sons das correntes não saem de minha memória.
Caminhavam por aquelas ruas estreitas, cheias, símbolos, paralelepípedos antigos, terra muita terra.
O cheiro de flor me intoxicava me deixava em frenesi.
Pessoas chorando, desespero, afetividade, afeição, monotonia, silencio.
Só barulho das correntes no ferro saltitava de um lado para o outro em um som ensurdecedor.
Entre os gemidos, as soluções... Abriu se uma portinhola pequena de luz... Meus olhos pareciam não querer abrir, um pingo d'água caiu sobre minha face, senti escorrer pelos meus lábios.
Findou-se a luz e de volta os soluços.
Alguém cantou uma canção, eu escutava ao longe, bem distante.
Escutei um som de terra, de pá cavando a terra, não sabia ao certo o que era...
Outro som de terra, mais um, mais, mais, parecia não se findar...
Novamente o desespero, gritos e gemidos.
As correntes voltaram a soar...
Escutava sons abafados, comecei a ficar fria, gelada, parecia que meu corpo se petrificara.
Não havia possibilidade de respirar, estava sufocada, com a boca seca, fria e rígida.
Minhas pernas estavam geladas e secas. Meus pés, eu não os sentia.
Abri os olhos e uma escuridão, estava fechada em uma caixa, não ouve, mas som, nada.
Tentei me mover, desesperada e achei um buque de flores.


Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa, desesperador , sufocante isso!! E pior é pensar que tem momentos que ficamos assim, parece que estamos presos a correntes... mto bom xD