sábado, 30 de abril de 2011

Ganhei esse selinho de Lúxuria http://www.luxuriaesubversoes.blogspot.com/

Sái URUCA, vamos na corrente, Sorte!

Sái pra lá OLHO GORDO!rsrs


Bom aí vai algumas indicações, isto é uma meta em amigos....

http://www.hannaellmendes.blogspot.com/ e http://www.noblogmean.blogspot.com/

Vamos na corrente!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tempo



Canadá, 1970 ao som de Janis Joplin.
Copo de whisky, mesa de centro, pano branco, cigarros e penumbra.
Poeira rompendo a fresca de luz que se faz através da janela, gotículas de água escorrendo pelo vidro manchado por suas digitais, marcadas intensamente em meu vidro transparente.
Deito-me lentamente em meu sofá floral desbotado por suas cores, mesa de centro, um respiro, pano branco, fechar de olhos forçados, zonzeira, viagem, relaxar.
Vento, som intermitente de gotas, visão turva, fumaça, som hipnotizante.
Levanto-me encosto minha cabeça em minha transparência e procuro minhas digitais nas tuas...
Olhe-me, decifre-me, se alimente Summer time.
Olhe para mim, não, não, não chore. Só tenha uma Boa noite.
Olhos vermelhos, mesa de centro, whisky, pano branco, respiro, movimentos lentos, suador gelado, cabeça peada, dormência, reencostar, leve, frio, som perturbador em meus ouvidos, frieza, risos.
Canadá, 1980 ao som de Janis Joplin.
Copo de Whisky, mesa de centro, pano branco, cigarros e penumbra.
Muita Chuva em meus estilhaços de vidro transparente, suas digitais se foram junto a meu sofá floral desbotado pelas suas cores, paredes vazias, meu escarro de verão se fora é tempo de uma boa noite e muito choro.

Procenio



Frio na barriga, sensação de perda, vontade de gritar e silenciar aflitamente. Mãos suadas, voz tremula, sopro de vida, mente vazia, suavidade dos olhos e o som de sua voz cada vez mais distante.
Ao longe um fio de luz, claridade excessiva que me incomoda, me ludibria, me encanta. Iluminado meus passos e os teus.
Conhaque para aquecer a alma, véu de seda, joelhos prostrados, intenso fervor, olhar levemente cerrados, mãos unidas.
Fronha com sangue, lençóis vermelhos de raiva e um leve sussurrar de prece.
Abajur, luz amarelada, cheiro úmido enferrujado, assoalho de madeira, som macabro e medo.
Choro alto e contínuo, respiração acelerada, prece, respiro, suspiro, prece, prece, prece, cansaço, fadiga, suor, sangue.
Caminhar cansado, frio, pés que tocam o chão em mórbido caminhar. Furacão inebriado de rancor, ódio, raiva, perda, desamor.
Pausa dramática, suspiro profundo, olhar distante, febre interna, distancia, solidão, quarto vazio, olhar suspenso à frente, leve torcer de face e saída de cena.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Desafio proposto pela querida Wrong Girl - http://luxuriaesubversoes.blogspot.com/


Ao Desafio:

1) Quantas perguntas pode responder inteligentemente?


Tirando essa? Muitas...

2) Uma dúvida

Dúvida. Procuro não te-las vou logo ao encontro de respostas.

3) Uma certeza

De que sou eu mesma, sempre.

4) Uma cor

Laranja

5) Um desejo

São muitos.

6) Uma virtude

Sinceridade

7) Uma frase

"Sou tão misteriosa que não me entendo." Clarice Lispector

8) Um sonho
Mudar algumas coisas tristes de minha vida, viver os 100% feliz.
9) Um defeito
Sinceridade
10) Como este questionário é dirigido para pessoas que escrevem, que significado tem para vc uma resposta em branco?

Silêncio na alma.

11) Escreve por necessidade ou por aflição?

Escrevo, apenas escrevo, crio personagens, protagonistas, da minha, da sua, da nossa história. Decifrar.

12) Coloca música no seu blog?

Não

13) É uma pessoa sentimental?

Sim. Muito. Procuro ver emoção em tudo.

14) Se desejasse ter um único sentimento, qual seria?

Amor

15) Uma pergunta

Por que?

16) Se desejasse algo, o que pediria?

Viver do que faço, plantar e colher frutos sempre.

17) Quando escreve, o que sente?

Que posso criar histórias, contar segredos e confidenciar meus intimos segredos. Escrevo por escrever.

18) É religioso?

Não.

19) Se não for religioso, em que crê?

Em Deus.

20) O que espera da vida?

Vida.

21) Que significado tem pra vc o amor?

Amizade, cumplicidade, reciprocidade, solidariedade, mas tem que ter paixão que nos impulsiona a viver intensamente. Vibrar e não cair na rotina.

22) Como se considera como pessoa?

Equilibrada

23) Tem um blog por quê?

Partilhar de meur segredos e aflições.
24) Crê que é uma pessoa que reconhece o seu valor?

Sim. Sempre.

25) O que espera do amor?

Amor.
26) E a última pergunta: o que pediria da vida?

Ser o que sou sempre e poder contribuír pelo pouco que sou.
 
Bom é isso.
 
Obrigada pelo convite. Bjao
 
Proponho o desavio ao Renan http://noblogmean.blogspot.com/ e Hannaell http://hannaellmendes.blogspot.com/
 
Eu sou um pouquinho disso tudo misturado.

domingo, 10 de abril de 2011

Camara Secreta

Muitas luzes acima de mim, um clarão uma voz de fundo me dizia algo, entrei em outra sala toda branca, toda estranha, me sentei atrás de mim havia um relógio, que batia compulsivamente os segundos, eu podia sentir o caminhar dos ponteiros dentro de mim.
Sentia-me observada, ao lado direito uma estante, cheia de livros, compridos, finos, vermelho, azuis, enciclopédias, uma revista chamada ciência me chamou a atenção. Ela destoava do local, era colorida, tinha cores azuis e vermelhas. Na capa estava escrito HUMANIDADE.
Passei a observar cada centímetro daquela sala absurdamente clara, branca, apática...
Ao fundo uma mesa, também branca, com alguns papéis sobre, uma caneta dourada de um brilho intenso, parada, inerte, um tapete brando, peludo, parecia ser macio.
Ao lado uma luminária com uma lâmpada absurdamente clara, mal conseguia observar os contornos do abajur.
Um vaso, grande, com uma planta de plástico, parecia uma palmeira.
A porta se abriu entrou uma moça de branco, se encaminhou até a mesa, deixou alguns papéis e saiu. Bateu fortemente a porta. A persiana atrás de mim balançou, tudo naquele lugar parecia-me que a qualquer momento podia falar se mover, não sei.
A sensação era de fuga, queria sumir dali, buscará violentamente me concentrar não olhar em sua íris, sapato marrom, com cadarço marrom, não se movia, nem esboçara reação de dedos espremidos de tensão, onde o peito do pé é projetado para cima e faz com que o sapato se mova como a fricção dos pés. Nada, nada, um silencio enlouquecedor. Mórbido.
O relógio continuará caminhando, as minhas mãos suavam friamente,meus pés saltitavam, tentava entender aquilo como algo que não estava acontecendo.
Ao fundo fui surpreendida por uma voz grave, que me disse:
A sessão acabou, continuamos amanhã.



terça-feira, 5 de abril de 2011

Sexualidade

Perguntei a ele se havia beijado outra mulher antes, ele engoliu seco e sem pestanejar me respondeu
__  Sim.
Naquele momento tive a sensação de que todas as coisas da vida viriam a desmoronar como pedras em minha cabeça. Será que o passível da adolescência começara?
Olhei ao meu redor em quanto ele falava, sem ouvir se quer uma palavra. Observava os andantes, passantes a minha volta, me perguntava se houvera na vida deles tal constrangimento.
__  Ei, você está me ouvindo?
Sim, sim continue. Havia uma menina parada no ponto de ônibus, conversando com um rapaz, rindo trocando olhares, tocando em seu tórax, se posando com a sexualidade aflorada, talvez naquele momento o garoto que estava ali de fronte a ela, deixaria de ter a parte flácida do corpo em parte rígida, brutal e voraz que ele jamais havia sentido.
__ Adoro olhar as pessoas? Sabia?
Não. Não sabia.
A mulher ao lado daquele casal parecia que já tinha filhos e era casada. Tinha uma cara seria amarrada, parecia carregar nos ombros o peso de todo o mundo, parecia ser responsável, usada uma tailleur preto, com uma blusa de botões até o pescoço, uma pasta na mão direita.
Olhava incansavelmente a tudo e a todos que estavam por ali, e ele continuará a falar algo que nem mesmo ele sabia o que era.
___ Você quer mudar de lugar?
Não.
Tornará-me uma pessoa monossilábica, sim, não, talvez, ele era bonito, tinha olhos amendoados, pele morena, rosto masculino com uma leve reta em seu queixo, lábios carnudos, pele macia, mãos carinhosas, cabelos castanhos, um estilo alternativo.
Sabia impressionar uma garota e eu cheia de crises, por que havia dado o primeiro beijo com ele! Será que um dia dois desconhecidos do despertar da sexualidade se beijaram?
__ Você já reparou nessa fonte?
Sim.
Era uma fonte imensa, parecia uma obra de arte, esculturas caucásias antigas, na fonte havia uma mulher e um homem nus, parecia que estavam ali rindo e se divertindo com o triste caminhar da humanidade.
__ Eles estão nus, você viu?
Claro.
Naquele momento percebi que poderia, mostrar a ele que era uma pessoa interessante, talvez excêntrica, não sei. Pedi que ele ficasse em silencio e me observasse.
Tirei meu tênis, dobrei a barra de minha calça, me adentrei na fonte, olhei firmemente nos olhos da estatua e matei minha sede, bebi a água que jorrava de seus lábios, percebi que um bocado de entusiasmo me rodara, intensamente tomei cada gole que escorria de seus lábios.
Olhei para o lado todos estavam a minha volta, observando o que eu estava fazendo. Com timidez, baixei a cabeça, sai da fonte, olhei para os olhos amendoados dele e disse; Eu também já beijei uma mulher.


(Baseado no conto de Clarice Lispector - O Primeiro Beijo)


Cárcere

Hoje acordei com a sensação de que durante a noite havia sido mutilada. Apedrejada e que algo, ou alguma coisa estava remotamente presa.
Meus pés estavam estranhos, modificados, parecia ter ocorrido uma troca de pele. Não sei ao certo, mas, meu corpo reagiu de uma forma estranha, incoerente ao que era antes.
Olhei ao meu redor e tudo parecia diferente, estranho, escuro, sombrio, penumbra amarelada, a sensação que eu tinha era de ter voltado no tempo, onde os televisores nem possuíam controles remoto, nem ao menos cores, os personagens eram, verdes, amarelos ou vermelhos.
Época totalmente remota que nem eu vivi, parecia tudo envelhecido, outra vida.
Percorri os cômodos como se outrora nunca havia feito, mal conheci a mobília, as roupas também amarelada.
Os animais eram esquisitos, sombrios parecia que havia alguma cólera, rondando o ambiente. O céu numa massa de ar rocheado, parecia que as nuvens queriam dizer algo, não sei parecia que a qualquer momento elas iriam berrar...
Sentei na beira de minha cama, perplexa, observava e não definia o que ocorria.
A janela era um vitrô pequeno com vidros empoeirados, mal dava pra ver a claridade que adentrava.
A parede era de cor escura, monótona, parecia estar em um matadouro, ou algo como uma casa de quinbanda, o chão era vermelho e parecia ter restos de velas, toco de parafina derretido.
Sentia um frio na alma, "eu" não existia, parecia estar em um baile de carnaval mascarada.
Levantei-me caminhei até o banheiro, lavei minhas mãos pra ver se extermina o resquício estranho que havia em meu corpo, com um cheiro empoeirado. Levantei minha cabeça e olhei para o espelho.
Minha imagem era projetada atrás de mim, havia outra pessoa, "eu" atrás de "eu"? Olhei rapidamente para trás e nada, não vi nada. Olhei novamente no espelho e "eu" sendo projetada, havia um envoltório de ferro me cercando, parecia grades, "eu" presa em "eu" mesma?

sábado, 2 de abril de 2011

Cataléptico

Os sons das correntes não saem de minha memória.
Caminhavam por aquelas ruas estreitas, cheias, símbolos, paralelepípedos antigos, terra muita terra.
O cheiro de flor me intoxicava me deixava em frenesi.
Pessoas chorando, desespero, afetividade, afeição, monotonia, silencio.
Só barulho das correntes no ferro saltitava de um lado para o outro em um som ensurdecedor.
Entre os gemidos, as soluções... Abriu se uma portinhola pequena de luz... Meus olhos pareciam não querer abrir, um pingo d'água caiu sobre minha face, senti escorrer pelos meus lábios.
Findou-se a luz e de volta os soluços.
Alguém cantou uma canção, eu escutava ao longe, bem distante.
Escutei um som de terra, de pá cavando a terra, não sabia ao certo o que era...
Outro som de terra, mais um, mais, mais, parecia não se findar...
Novamente o desespero, gritos e gemidos.
As correntes voltaram a soar...
Escutava sons abafados, comecei a ficar fria, gelada, parecia que meu corpo se petrificara.
Não havia possibilidade de respirar, estava sufocada, com a boca seca, fria e rígida.
Minhas pernas estavam geladas e secas. Meus pés, eu não os sentia.
Abri os olhos e uma escuridão, estava fechada em uma caixa, não ouve, mas som, nada.
Tentei me mover, desesperada e achei um buque de flores.


Lacuna

Sentei em um banco, numa praça e te esperei, te esperei por horas... Ali sentada o tempo parecia não passar, a esperança subjetiva do teu olhar me deixava à espreita.


O vendaval de folhas secas sobrevoava o céu, parecia até outono.


A cada som produzido meu coração gelava... A todo tempo ouvia teus passos.


Minha memória primária estava em busca do teu cheiro, passava a vasculhar as lembranças para lhe ver.


A ansiedade me cercava, num certame de esfera extrema.


Olhava teus olhos, como se fosse à última vez que pudesse decifrá-los, olhos negros profundos de noite enluarada.


As suas mãos entrelaçadas a minha, paradoxalmente me mantinha anestesiada.


Melanina UV, misturada ao cheiro do meu cigarro, fios grossos de cordas instrumentais.


Pele fina, sensação de seda. Maciez perfumada, que se perde em minhas mãos pequenas e secas.


Por um momento você estaria ali, na minha frente fazendo juras de amor e de excitação. Olhando em meus olhos e eu nos teus...


Parecia atraidamente feito imã meu corpo do seu, como se encaixassem numa só nota ou acorde.


Nesse momento a emoção se torna choro...


E você, você realmente apareceu, não era sonho...


Mas, um dia ainda pode ser...